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JACOTEI

sexta-feira, 26 de março de 2010

OBESIDADE INFANTIL


Acompanhamento Alimentar na Infância

Visando a prevenção do aumento da população obesa no país, é essencial que se tome por ponto de partida o acompanhamento alimentar rigoroso na infância, mesmo desde o nascimento. Segundo a nutricionista com consultório em São Paulo, Sylvia Elisabeth Sanner, a obesidade infantil está relacionada, logo na primeira infância, com o desmame precoce e a utilização de farinhas para "engrossar" o leite das mamadeiras. Diferentemente do leite materno, o leite de vaca usado na mamadeira contém sódio e gordura já em excesso. É recomendável, portanto, que o recém-nascido tome o leite materno até, no mínimo, o sexto mês.

Outro fator, apontado pela Dra. Sylvia, é o aumento do consumo, por parte das crianças, de alimentos industrializados do tipo "junck food", como, por exemplo, salgadinhos em pacote, que possuem elevados teores de sal, colesterol e calorias. Da mesma forma, o aumento do consumo de "fast food" influencia significativamente o crescente consumo de alimentos gordurosos, como maionese e batatas fritas.

O fato das crianças acostumarem-se com o sabor doce logo nos primeiros meses de vida, quando muitas mães acrescentam açúcar às mamadeiras de leite, também contribuiu para o elevado consumo de açúcar entre as crianças, sendo um dos motivos da obesidade infantil, na avaliação da especialista.

Além disso, ela ressalta, o sedentarismo, devido a muitas horas na frente da televisão, também tem grande influência, pois a diminuição da atividade física leva ao menor gasto energético.

A nutricionista não deixou de ressaltar o papel nocivo da propaganda a que as crianças são submetidas, com todo o apelo publicitário para que consumam doces e outros alimentos de alto valor energético, mas que fornecem poucos micronutrientes como vitaminas e minerais, essenciais para a boa saúde.

A Dra. Sylvia levou em conta ainda, em entrevista exclusiva, a falta de informações sobre alimentação saudável e equilibrada. "O grau de instrução da mãe é relevante como indicador da qualidade de alimentação da criança", avaliou.

Prevenção da Obesidade Infantil

Para a Dra. Sylvia, é importante que as crianças, já a partir dos 4 ou 6 meses de vida, tenha uma dieta variada, colorida, que possua sabores e texturas diferentes, uma vez que os seus hábitos alimentares serão formados ainda nos seus primeiros anos. Ela recomenda que os horários das refeições sejam bem estabelecidos e que se evite longos períodos sem alimentação. "Nos intervalos das refeições principais devem ser incluídos lanches que podem conter, por exemplo, leite, frutas e pão, ou cereais", ensina.

De acordo com a nutricionista, para que a criança tenha uma alimentação equilibrada, é recomendável que consuma, pelo menos, um alimento de cada um dos três grupos abaixo, em cada refeição:

- Reguladores: frutas, verduras e legumes. São as fontes de vitaminas, minerais e fibras;

- Energéticos: cereais, pães, macarrão, batata, mandioca, farinhas, etc. Estes são as fontes de carboidrato, que fornecem energia ao organismo.

- Construtores: são ricos em proteínas, cálcio e ferro e compreendem as carnes de vaca e frango, peixes, ovos, leite e derivados e as leguminosas como os feijões, ervilha, lentilha, grão-de-bico, soja, etc.

Além disso, a nutricionista Sylvia recomenda que se aumente o nível de atividade física da criança, que se diminua os alimentos gordurosos, excluindo as frituras do seu cardápio e utilizando pouco óleo na preparação dos alimentos. Ela acrescenta ainda que se substitua os refrescos artificiais e os refrigerantes por sucos naturais de frutas, além de diminuir o consumo de doces e açúcar e dos alimentos de "fast food" e "junck food", dando sempre preferência aos alimentos frescos e naturais. Pesquisas demonstraram que é importante que o teor de gordura nunca ultrapasse 25% do total da alimentação da criança.

Em crianças que já sofrem com a obesidade, sugere-se uma educação nutricional, e não uma dieta, para que os resultados sejam de longo prazo. Do mesmo modo, é importante que a família também siga as mesmas normas alimentares, e que não se utilize o alimento como prêmio ou punição na educação da criança. De acordo com estudos sobre o assunto, 20% das crianças têm sucesso no tratamento da obesidade. O Dr. Fábio Ancona Lopez, vice-presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo, chegou a afirmar que as chances de vencer a obesidade diminuem à medida que o problema persiste na adolescência e na fase adulta, chegando a diminuir em 80% para quem é adulto. O alerta do pediatra serve para que a obesidade seja identificada e que a criança seja encaminhada para tratamento o mais rápido possível.

Uma Conta Cara

Com base no cardápio básico sugerido pela Dra. Sylvia, chegamos a uma lista de compras mensal de produtos normalmente considerados como baratos, como banana, laranja, maçã, arroz, feijão, macarrão, frango, pão, leite, alface, tomate, cenoura, cebola, batata, margarina, sal e óleo. No Pão de Açúcar, tradicional rede brasileira de supermercados, esta compra básica, em quantidades que serviriam a apenas uma criança no período de um mês, custaria R$ 104,48, equivalente a pouco mais de 2/3 do salário mínimo.

Nesta conta, os alimentos reguladores da lista, banana, laranja, maçã, tomate, cebola, cenoura e alface, correspondem a 41,23%, ao passo que os energéticos, compostos pelo pão, arroz, batata e macarrão, correspondem a 19,41% e os construtores, que incluem o leite, o frango e o feijão, levam 39,96%. É natural que em uma família que viva com um salário mínimo de R$ 151,00, para alimentar em média quatro pessoas, priorize-se o grupo alimentar mais barato, ou seja, o dos energéticos. Coincidentemente, é também o grupo mais calórico.

Os Índices da Obesidade Relacionam-se Com a Pobreza das Populações, Mas Também Com o Seu Avanço na Distribuição de Alimentos

A obesidade tomou proporções epidêmicas. A conclusão é unânime entre os estudiosos do tema. No último Congresso da Sociedade Internacional para o estudo da Obesidade (IASO), em Paris, durante o Simpósio Latino-americano de 10 de setembro de 1998, se apresentaram cifras bastante contundentes: somente no Brasil houve um crescimento da prevalência de sobrepeso e obesidade de 53% ao comparar os censos dos anos 74/75 com o de 89. Ao continuar neste ritmo, todos os brasileiros serão obesos na primeira metade do terceiro milênio. Ao contrário do que se poderia pensar, o crescimento epidêmico é predominante nas classes menos favorecidas.

Segundo o Consenso Latino-Americano em Obesidade, estudos epidemiológicos em populações latino-americanas têm relatado dados alarmantes: na mesma medida em que se consegue erradicar a miséria entre as camadas mais pobres da população, a obesidade sobrepõe-se como um problema mais freqüente e ainda mais grave que a desnutrição. "É o fenômeno da transição nutricional, que sobrecarrega nosso sistema de saúde com uma demanda crescente de atendimento a doenças crônicas relacionadas com a obesidade", informa o relatório, que estima que 200 mil pessoas morram anualmente em decorrência destas complicações na América Latina.

O documento, produzido pelo trabalho conjunto de dezenas de especialistas de 12 países latino-americanos, das áreas de Medicina, Nutrição, Psicologia e Educação Física, acusa, no entanto, que o tratamento da obesidade continua produzindo resultados insatisfatórios, em função de estratégias equivocadas e pelo mau uso dos recursos terapêuticos disponíveis. A tendência à obesidade, aliada ao progresso, se observa tanto em países tecnologicamente desenvolvidos, como os Estados Unidos, como nos menos desenvolvidos.

O médico argentino Júlio Monteiro, presidente da Federação Latino-Americana de Sociedades de Obesidade, a FLASO, em entrevista à revista da ABESO (Associação Brasileira para Estudo da Obesidade) também salienta a associação da obesidade com a pobreza na América Latina: "A doença nunca se relaciona com a miséria", alerta o estudioso, "porque, neste caso não há possibilidades de compra de alimentos de nenhum tipo". Ele considera que há obesos por ignorância e outros por estilo de vida, o que torna as estatísticas contraditórias. "De qualquer maneira, creio que o Brasil tenha as melhores estatísticas, com um índice de obesidade e excesso de peso em torno de 40% da população", declara. Ele acredita que a obesidade é uma das piores aquisições da civilização.

O médico, ex-presidente da Sociedade Argentina de Estudos de Obesidade, pensa que os Estados Unidos são o país que mais investe na pesquisa da obesidade, até porque o problema lá é muito grave. "A alimentação dos americanos é capaz de permitir o desenvolvimento de fatores genéticos da obesidade", pondera, acrescentando um dado alarmante: se o curso do avanço da obesidade nos EUA não for alterado, em 230 anos toda a sua população será obesa. "Se pensarmos bem, em termos históricos, 230 anos não é tanto", disse ele à revista da Abeso.

O professor João Régis Ivar Carneiro, da Seção de Diabetes e Metabologia da Faculdade de Ciências Médicas, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), concorda com o colega argentino, citando o economista John Kenneth Gailbraith, que, em 1958, escreveu em seu livro The Affluent Society que nos Estados Unidos morrem mais pessoas por excesso do que por falta de comida. "É inadmissível a extrapolação desta observação para a realidade vigente nos países subdesenvolvidos", diz.

De acordo com a nutricionista Sylvia, entrevistada para esta reportagem, não é de se admirar que também entre as faixas de baixa renda a obesidade seja um problema grave. "Mesmo entre a população de baixa renda há o consumo de refrigerantes, salgadinhos e alimentos gordurosos". No entanto, ela acredita que "esta população pode utilizar melhor o dinheiro que dispõe para a compra de alimentos, substituindo os refrigerantes por sucos de frutas, diminuindo o consumo de gordura, indo à feira livre no final, quando os preços das verduras, legumes e frutas estão mais baixos". É uma questão de educação alimentar, tarefa que começa a tornar-se de saúde pública.

Existem alternativas, segundo a Dra. Sylvia, para que as famílias de baixo poder aquisitivo façam refeições nutritivas e de teor calórico menos elevado. "Muitas vezes as folhas de cenoura, beterraba, brócolis e outras são dadas de graça pelos feirantes. Estas são excelentes fontes de vitaminas e minerais, podendo ser refogadas ou utilizadas em sopas e outras preparações", ensina, acrescentando que "É possível ter uma alimentação equilibrada gastando-se pouco dinheiro, como neste exemplo de refeição: Arroz, Feijão, Salada de Alface e Tomate e Laranja".

Conclusões do Consenso Latino Americano

Algumas foram as conclusões a que chegaram os estudiosos que formularam o Consenso Latino Americano para a Obesidade. Em especial, após identificarem a grave situação existente, algumas etapas de intervenção foram definidas: primordialmente, pensam os pesquisadores, é necessário que se tenha uma alimentação saudável mantida através de todo o ciclo de vida de acordo com os hábitos e costumes e padrões alimentares das populações que conformam a cultura alimentar dos povos. Para consegui-lo é necessário manter os princípios de que seja adequada, suficiente, harmônica e que esteja de acordo com as condições de saúde e nutrição das pessoas e das populações.

Também nesta etapa é necessário que se reintroduza a atividade física regular, retirada do costume dos povos com o advento de confortos tecnológicos crescentes. O documento indica ainda a revisão dos currículos escolares para que incluam classes de educação física com uma freqüência de pelo menos três vezes por semana. Em destaque, o documento aponta a necessidade da educação permanente e sistemática em nutrição, peso saudável, sobrepeso e obesidade a profissionais de saúde e outras disciplinas.

Uma etapa seguinte seria a de prevenção global, onde se introduziriam as mesmas ações citadas anteriormente, mas com amplitude para toda a população, independente das características de peso que tenham. Aí se inclui a formulação de políticas governamentais que guiem e orientem o manejo da situação no nível individual e também no coletivo. Para isso, calculam os estudiosos, requere-se a participação da Indústria Alimentícia, Farmacêutica, ONGs, entidades privadas, instituições acadêmicas, associações científicas e profissionais, grupos organizados da comunidade e pacientes.

Chama-se a atenção, em especial, para a importância da indústria alimentícia e dos meios de comunicação em relação à informação que proporcionam sobre temas de saúde e nutrição. Aí entra também a rotulação dos valores nutricionais dos alimentos. Também devem ser realizadas atividades de prevenção a grupos específicos e de alto risco.

Tratamento


O principal tratamento para a obesidade é a redução da gordura corporal por meio de adequação da dieta e aumento do exercício físico. Programas de dieta e exercício produzem perda media de aproximadamente 8% da massa total (excluindo os que não concluem os programas). Nem todos ficam satisfeitos com esses resultados, mas até a perda de 5% da massa pode contribuir significativamente para a saúde. Mais difícil do que perder peso, é manter o peso reduzido. Entre 85% e 95 %, daqueles que perdem 10% ou mais de sua massa corporal, recuperam todo o peso perdido em dois a cinco anos. O corpo tem sistemas que mantêm sua homeostase em certos pontos fixos, incluindo peso. Existem cinco recomendações para o tratamento clínico da obesidade:

  1. Pessoas com IMC acima de 30 devem ser iniciadas num programa de dieta de redução calórica, exercício e outras intervenções comportamentais e estabelecer objetivos realístas de perda de peso.
  2. Se os objetivos não forem alcançados, terapia farmacêutica pode ser oferecida. O paciente deve ser informado da possibilidade de efeitos colaterais e da inexistência de dados sobre a segurança e eficácia de tais medicamentos no longo prazo.
  3. Terapia farmacêutica pode incluir sibutramina, orlistat, fentermina, dietilpropiona, fluoxetina e bupropiona. Para casos mais severos de obesidade, medicamentos mais fortes como anfetaminas e metanfetaminas podem ser usadas seletivamente(somente após consulta prévia ao seu medico responsável)
  4. Pacientes com IMC acima de 40 que não alcançam seus objetivos de perda de peso (com ou sem medicamentos) e que desenvolvem outras condições derivadas da obesidade, podem receber indicação para realizarem cirurgia bariátrica. O paciente deve ser informado dos riscos e potenciais complicações.
  5. Nesses casos, a cirurgia deve ser realizada em centros que realizam grande número desses procedimentos já que as evidências indicam que pacientes de cirurgiões que os realizam com freqüência tendem a ter menos complicações no pós-cirúrgico.

Causas e mecanismos


Estilo de vida

Pesquisadores já concluíram que o aumento da incidência de obesidade em sociedades ocidentais nos últimos 25 anos do século XX teve como principais causas o consumo excessivo de nutrientes combinado com crescente sedentarismo. Embora informações sobre o conteúdo nutricional dos alimentos esteja bastante disponível nas embalagens dos alimentos, na internet, em consultórios médicos e em escolas, é evidente que o consumo excessivo de alimentos continua sendo um problema. Devido a diversos fatores sociológicos, o consumo médio de calorias quase quadruplicou entre 1977 e 1995. Porém, a dieta, por si só, não explica o significativo aumento nas taxas de obesidade em boa parte do mundo industrializado nos anos recentes. Um estilo de vida cada vez mais sedentário teve um papel importante. Outros fatores que podem ter contribuído para esse aumento -- ainda que sua ligação direta com a obesidade não seja tão bem estabelecida -- o estresse da vida moderna e sono insuficiente.

Genética

Como tantas condições médicas, o desequilíbrio metabólico que resulta em obesidade é fruto da combinação, tanto de fatores ambientais quanto genéticos. Polimorfismos em diversos genes que controlam apetite e metabolismo predispõem à obesidade, mas a condição requer a disponibilidade de calorias em quantidade suficiente, e talvez outros fatores, para se desenvolver plenamente. Diversas condições genéticas que têm a obesidade como sintoma já foram identificadas (tais como Síndrome de Prader-Willi, Síndrome de Bardet-Biedl, síndrome de MOMO e mutações dos receptores de leptina e melanocortina), mas mutações genéticas só foram identificadas em cerca de 5% das pessoas obesas. Embora se acredite que grande parte dos genes causadores estejam por ser identificados, é provável que boa parte da obesidade resulte da interação entre diversos genes e que fatores não-genéticos também sejam importantes.

Doenças

Determinadas doenças físicas e mentais e algumas substâncias farmacêuticas podem predispor à obesidade. Além da cura dessas situações poder diminuir a obesidade, a presença de sobrepeso pode agravar a gestão de outras. Males físicos que aumentam o risco de desenvolvimento de obesidade incluem diversas síndromes congênitas (acima mencionadas), hipotiroidismo Síndrome de Cushing e deficiência do hormônio do crescimento. Certas enfermidades psicológicas também podem aumentar o risco de desenvolvimento de obesidade,diabetes disfunções alimentares como bulimia nervosa.

Bactérias

Segundo estudo publicado na revista Science, bactérias que favorecem a digestão também poderiam fazer o corpo acumular quilos a mais, caso não estejam devidamente equilibradas. Em excesso, essas bactérias alteram o metabolismo e o apetite .

Classificação


A obesidade pode ser definida em termos relativamente absolutos. Na prática, a obesidade é avaliada em termos absolutos pelo IMC (índice de massa corporal) e também pela sua distribuição na circunferência da cintura ou pela razão entre as circunferências da cintura e do quadril. Além disso, a presença de obesidade deve ser avaliada enquanto fator de risco cardiovascular e outras condições médicas que podem aumentar o risco de complicações

IMC

IMC, ou índice de massa corporal, é um método simples e amplamente difundido de se medir a gordura corporal. A medida foi desenvolvida na Bélgica pelo estatístico e antropometrista, Adolphe Quételet.[1] É calculado dividindo o peso do indivíduo em quilos pelo quadrado de sua altura em metros.

Equação: IMC = kg / m2

Onde kg é o peso do indivíduo em quilogramas e m é sua altura em metros.

As atuais definições estabelecem a seguinte convenção de valores, acordada em 1997 e publicada em 2000:

IMC Classificação
<> Abaixo do peso
18.5–24.9 Peso normal
25.0–29.9 Sobrepeso
30.0–34.9 Obesidade grau I
35.0–39.9 Obesidade grau II
> 40.0 Obesidade grau III

Em analíses clínicas, médicos levam em consideração raça, etnicidade, massa muscular, idade, sexo e outros fatores que podem influenciar a interpretação do índice. O IMC superestima a gordura corporal em indivíduos muito musculosos e pode subestimá-la naqueles que tiveram perda de massa corporal (ex. idosos). Para crianças e adolescentes, também se utiliza o IMC, observando-se os percentuais para idade e sexo, como critério de adiposidade. Há uma grande variedade de critérios para definir sobrepeso e obesidade na infância, o que dificulta as comparações entre os estudos de prevalência . O critério mais utilizado atualmente é aquele sugerido em 2000 pelo Center for Disease Control (CDC)3 quando, revisando suas tabelas de crescimento que datam de 1977, incluiu as tabelas de IMC para indivíduos de 2 a 19 anos de idade, e recomendou a utilização dos termos “risco de sobrepeso” para aqueles com IMC para idade e sexo em percentuais > 85 e o termo “sobrepeso” para aqueles com IMC para idade e sexo em percentuais > 95. Na prática clinica, tais termos foram substituídos por sobrepeso e obesidade, respectivamente. Procura-se encontrar um índice de pontos de corte de IMC que possa mostrar continuidade desde a infância à idade adulta, com o objetivo de correlacionar a obesidade e comorbidades nestas diferentes faixas etárias. Nesse sentido, o estudo realizado por Cole et al (2000)4, em seis países (Inglaterra, Brasil, Hong Kong, Cingapura, Holanda e EUA), tem sido aceito e recomendado pelo IOTF para estudos epidemiológicos populacionais. Os autores desenvolveram pontos de corte para sobrepeso e obesidade, a partir da correlação entre os percentuais de IMC > 85 e > 95 para idade e sexo na faixa etária pediátrica que, aos 18 anos, correspondem aos pontos de corte para sobrepeso (> 25 kg/m²) e obesidade (> 30 kg/m²) na faixa etária adulta.

Circunferência da cintura

O IMC não distingue entre diferentes tipos de adiposidade, alguns dos quais podem estar mais associados a doença cardiovascular. Estudos mais recentes dos diferentes tipos de tecido adiposo têm demonstrado, por exemplo, que a obesidade central (em forma de maçã, tipicamente masculina) tem uma correlação muito superior à doença cardiovascular que o IMC por si só.

A circunferência absoluta (>102 cm para homens e >88 cm para mulheres) e o índice cintura-quadril (>0.9 para homens e >0.85 para mulheres) são, ambos, utilizados como medidas da obesidade central.

Medição de gordura corpórea

Uma maneira alternativa de determinar obesidade é medindo a porcentagem de gordura corpórea. Médicos e cientistas, em geral, concordam que homens com mais de 25% de gordura e mulheres com mais de 30% de gordura são obesos. Porém, é difícil medir a gordura corporal com precisão. O método mais aceito é a pesagem do indivíduo debaixo d'água, mas só é possível em laboratórios especializados que dispõem do equipamento. Os dois métodos mais simples são o teste da dobra, no qual a pele do abdómen é pinçada e medida para determinar a grossura da camada de gordura subcutânea; e o teste de impedância bioelétrica, que só pode ser realizado em clínicas especializadas e não deve ser feito com freqüência. Outras formas de medir a gordura corporal incluem a tomografia computadorizada e a ressonância magnética

Fatores de risco e co-morbidades

A presença de fatores de risco e outras doenças também é utilizada no diagnóstico da obesidade. Arteriosclerose coronariana, diabetes mellitus tipo 2 e apnéia do sono representam ameaças à vida do paciente que indicariam a urgência de tratamento clínico da obesidade

OBESIDADE


Obesidade, nediez ou pimelose (tecnicamente, do grego pimelē = gordura e ose processo mórbido) é uma doença na qual a reserva natural de gordura aumenta até o ponto em que passa a estar associada a certos problemas de saúde ou ao aumento da taxa de mortalidade.

Apesar de se tratar de uma condição clínica individual, é vista, cada vez mais, como um sério e crescente problema de saúde pública: o excesso de peso predispõe o organismo a uma série de doenças, em particular doença cardiovascular, diabetes mellitus tipo 2, apnéia do sono e osteoartrite.